Castelinhos de sonhos

Certa vez Catarina me disse, assim, do nada, que nossas vidas nada mais são que castelinhos de sonhos, onde um tijolo mal colocado pode abalar toda uma estrutura. 

Nunca levei Catarina muito a sério. Ela sempre foi uma espécie de sonhadora lunática, pensava eu, uma mera mortal que na maioria das vezes está errada. 

É Catarina, menina de luz, passo aqui para admitir que mais uma vez  não cheguei a conclusão correta. E admito isso da maneira mais dolorosa possível, pois precisei viver, palavras de uma doce menina não foram suficientes para me ensinar que nossas vidas são sim, castelinhos de sonhos, por sinal, frágeis castelinhos de sonhos.  

Sonhos não admitem vírgulas, dois pontos, ponto e vírgula, parênteses, ponto continuando ou final. Sonhos não devem ser rotulados, nem desvalorizados. Devem ser vividos, do imaginário ao real, seja singular, seja plural. 

por Ranna Botelho