sábado, 2 de abril de 2016

Talvez...





Talvez ainda exista algum resquício de você, perdido, por aí, na última gaveta da minha cômoda. Uma fotografia, papel de bala, bilhete de cinema, não sei. Talvez ainda exista alguma coisa. 


Talvez eu ainda me pegue pensando em você antes de dormir. Nas nossas idas e vindas à pracinha ali da esquina, ou à sorveteria a dois quarteirões daqui.


Talvez eu ainda não esteja preparada para ouvir aquela música que abraçamos como nossa.
  

Talvez um dia eu tenha coragem de admitir que liguei no telefone fixo da sua casa só para ouvir o seu “Alô”, e desliguei logo em seguida, após alguns míseros segundos de silêncio.


Talvez eu tenha me arrependido de te pedir um tempo.


Talvez eu ainda te ame e só seja orgulhosa demais para admitir. 



Talvez eu ainda tenha milhões de defeitos que você já conhece, e outros milhões que espero que esteja disposto a conhecer. 


Talvez eu ainda seja a imperfeição em pessoa.

Talvez você ainda goste de pessoas imperfeitas.  


por Ranna Botelho




2 comentários: