quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Na parada de ônibus



Já é noite, 21:16 para ser mais precisa. O dia foi nublado e caíram algumas muitas gotas de chuva aqui e ali. Meu coração ainda bate, então concluo que estou viva. Isso me deixa mais calma, mas não diminui os sintomas da minha ansiedade. 

Hoje de manhã quando fui para a parada esperar o ônibus da faculdade, vi nossos nomes escritos com corretivo naquelas paredes gastas que sempre me protegem nas manhãs chuvosas e ensolaradas. Nós estávamos indo para a casa dos seus pais no dia em que deixamos nossa marca ali. Você pediu o corretivo emprestado para um grupo de estudantes que tinham reposição de aula em pleno sábado. Escreveu nossas iniciais sobrepostas e se virou para mim com um sorriso no rosto. 

Eu me lembro daquele dia, do exato momento, de cada gesto. Após devolver o corretivo para o garoto de boné azul seu celular tocou, você atendeu e apenas respondeu tudo aquilo que sua mãe gostaria de saber. Era a primeira vez que a gente iria se ver, eu estava extremamente nervosa e aquele telefonema só piorou a situação toda aqui dentro.  

30 minutos e 22 segundos. Acredite, eu acompanhei todo o trajeto do ponteiro do seu relógio. Aliás, nem elogiei seu bom gosto.  

A gente desceu do ônibus e virou à direita, sua mãe estava em frente à casa de vocês e sorriu para mim. É, ela soube muito bem como me tranquilizar. Ela sorriu, e você sabe a importância que sorrisos tem em minha vida.

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