sábado, 3 de dezembro de 2016

Perdas






O assunto que irei tratar no texto de hoje é um tanto quanto complicado. Trata-se mais de um desabafo do que qualquer outra coisa. Mas, enfim, preciso escrever.


Não faz muito tempo, três dias (para lhe ser mais exata), eu perdi minha avó. E essa foi à primeira perda de alguém realmente próximo a mim. Sinto como se estivesse meio que anestesiada a tudo isso, pois acabei encarando o acontecido como algo natural, o que não imaginei que faria.


Sempre encarei a morte como sendo um momento de passagem. Algo realmente natural, como qualquer outra etapa da vida, na teoria era o que eu imaginava, não esperava que na prática também continuasse pensando assim, mas enfim, continuei. 


Acredito que todos temos uma missão aqui na terra, ~ O QUE ACHO FANTÁSTICO! ~, e só partimos para uma nova aventura depois que a concluímos. Por isso, pessoas boas e de coração gigante partem tão cedo,porque cumprem a sua missão logo, bom, pelo menos é o que eu acredito. 


Uma coisa que me minha avó sempre buscou me ensinar foi a SER GRATA, lembro que toda vez que começava a reclamar de algo perto dela, ela simplesmente dizia que eu tinha muito mais motivos para agradecer, que eu não poderia deixar aquele estresse ser superior a todas as outras coisas. Que o lado bom sempre está presente, seja em qual for à situação, só é a gente se permitir enxergá-lo.


Era legal deitar na barriga da minha avó e receber cafuné. Era mais que especial conversar com ela todo dia, geralmente, às 20h30 da noite, e ouvir “vovó te ama” ao final de cada ligação. Era fantástico aprender bordado com ela. Era delicioso o arroz doce que ela fazia. Era amor para mim a chamar de “Vovó trix”. 

Mas a história da minha avó não é diferente da história de qualquer outra pessoa, também existem momentos tristes e extremamente difíceis. Ela enfim, descansou.

Sentirei saudades. Na verdade, já estou sentindo. Mas, estou bem.


Vovó sempre me mandava agradecer. E hoje eu sou grata por ter tido a oportunidade de conhecer a pessoa maravilhosa que ela sempre foi.  A mulher guerreira, apaixonada pela família, generosa, grata, sorridente, cuidadosa, vaidosa, com uma lista de palavrões na ponta da língua. Sou GRATA por ter tido ela como avó. Por ter ela como avó, pois sei que mais do que nunca ela está cuidando de mim, e está aqui pertim, me acalentando. 


Vovó Trix, eu estou bem.


Amo-te!


por Ranna Botelho




Nenhum comentário:

Postar um comentário